Não consegue emagrecer? Reveja seus treinos. – Texto por Guilherme Henrique
Fonte da imagem: site Dieta e Treino
Não consegue emagrecer? Reveja seus treinos.
Quando o assunto é emagrecimento, é comum ouvirmos pessoas dizendo que tem que fazer exercício aeróbio, contínuo, por pelo menos 20 minutos. Consequentemente, em baixa intensidade. Mas será que realmente é necessário? Será que realmente é eficiente?
Há anos a ciência tem mostrado que não. GENTIL (2010) cita em seu livro diversos estudos que compararam exercícios de baixa intensidade e longa duração com exercícios intermitentes, com um tempo de trabalho menor, que intercalam momentos de alta intensidade com pausas (ativa ou passiva). Os exercícios intervalados têm se mostrado mais eficientes no aumento do VO2 máximo, no aumento do limiar anaeróbio e na diminuição do percentual de gordura corporal. Isso porque seus efeitos sobre o metabolismo perduram mesmo após o término da atividade, podendo permanecer, em alguns casos, por até 72h, dependendo do nível do treino e da aptidão física do praticante.
Os exercícios intervalados têm predominância anaeróbia, ou seja, ocorrem em uma intensidade em que o nosso corpo não consegue executá-los apenas com a captação de oxigênio, não alcançando um estado estável, como nos exercícios aeróbios, e, consequentemente, levando a um acúmulo de lactato e outros metabólitos como os íons H+, que causam acidose, provocando a sensação de queimação na musculatura e desconfortos, como ânsia de vômito e tontura.
O EPOC (consumo de oxigênio pós-exercício), sigla em inglês, aumenta linearmente com a duração do exercício. Porém, a intensidade do exercício parece afetar tanto a magnitude quanto a duração do EPOC (FOUREAUX, 2006). Sendo assim, é possível conseguir resultados melhores, com menor tempo de trabalho, além de que o risco de lesões é menor quando ocorre aumento na intensidade do que no volume.
Além de promover aumento no EPOC, os exercícios em intensidade mais elevada, incluindo a musculação, aumentam a taxa metabólica de repouso (TMR) após o exercício, pois o corpo precisa repor o glicogênio muscular (carboidrato estocado no músculo), além de reparar as microlesões ocasionadas pela atividade e reestabelecer a homeostase (equilíbrio das funções corporais). Esse aumento na TMR tem sido consideravelmente menor após exercícios aeróbios (FOUREAUX, 2006).
Porém os exercícios aeróbios não deixam de ser importantes, devendo ser praticados, também, ao longo do treinamento. E se você, assim como eu, se sente bem ao dar uma corridinha ou uma pedalada sem preocupações, por exemplo, não precisa deixá-las de lado. Mas é preciso que se tenha consciência de que quando o assunto é perda de gordura corporal, é necessário que se executem exercícios em alta intensidade, promovendo aceleração no metabolismo e maior gasto energético diário.
Procure um profissional de Educação Física e bons treinos!!
Guilherme Henrique Nascentes – Personal Trainer
ghnascentes@gmail.com
(61) 9232-9994
Referências:
GENTIL, P. Emagrecimento: quebrando mitos e mudando paradigmas. Rio de Janeiro: Sprint, 2010. 208 p.
FOUREAUX, G.; PINTO, K.M.C.; DÂMASO, A. Efeito do consumo excessivo de oxigênio após exercício e da taxa metabólica de repouso no gasto energético. Rev. Bras. Med. Esporte, Vol. 12, Nº 6, Nov/Dez, 2006
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